domingo, 22 de abril de 2012

AS ORDENS DO AMOR






Bert Hellinger acredita que a vida de uma família é permeada por quatro princípios básicos, que ele chama de Ordens do Amor. Ele escolheu esse nome porque concluiu que as dinâmicas familiares são, no fundo, sempre regidas pelo amor, por mais complexas, intrincadas ou trágicas que possam parecer. O amor está na raiz de praticamente todos os nossos comportamentos – mesmo que não tenhamos consciência disso. “Para Hellinger, o amor é o único sentimento básico”, “Outros sentimentos, como raiva e medo, são secundários, porque derivam da falta de amor.”

A primeira dessas ordem a da pertinência. Todo ser humano tem o direito de pertencer ao sistema que o colocou no mundo. Parece óbvio, mas é um princípio fundamental nessa terapia. O ato de excluir um parente traz sempre conseqüências graves, seja qual for o motivo da exclusão: uma avó que enlouqueceu e foi trancada num quarto pelo resto da vida; um tio suicida que nunca mais foi mencionado por ninguém; uma moça que engravidou e foi expulsa de casa; um parente que faliu e deixou de ser aceito no convívio familiar.

Segundo a ordem da pertinência, quando um indivíduo é excluído, uma criança que nasce na mesma família, uma ou duas gerações depois, acaba assumindo inconscientemente várias características dele. “Essa é uma forma que o universo encontra para reequilibrar o sistema familiar”. Por isso, um pai que expulsou de casa uma filha grávida, por exemplo, pode ter que encarar, anos depois, uma neta adolescente que escandaliza a família com seu comportamento sexual.