Muitas pessoas se sabotam o tempo todo por não entenderem o que se passa por dentro delas. Acham-se capazes de resolver por si só e a cada dia se isolam mais dentro de suas conchas escondendo a preciosa pérola que existe lá dentro e que um dia poderia transmitir sua luz.
Ninguém consegue abrir sozinho, a sua própria concha, pois aquele que está lá dentro, emaranhado nos seus próprios pensamentos não pode sair para abri-la, e não pode perceber as múltiplas possibilidades que existem lá fora.
Continuam se afundando nos conflitos internos, tendo os mesmos comportamentos repetitivos que muitas vezes prometeram a si mesmo abandonar, e neste ato de sabotagem vão se afastando da sua própria felicidade.
Isto acontece porque alguns aspectos do seu comportamento os atormentam e essas pessoas se sentem envergonhadas e continuam na solitária e dolorosa jornada para encobri-los.
Só que ao tentar encobrir, elas se entregam cada vez mais ao comportamento habitual da sua própria vergonha sem saber que apenas cultivam um medo original que vem lá da infância (o medo primitivo). Lembram o personagem Gerson da novela?
Muitos casos são de pessoas que não queriam que os outros soubessem determinadas coisas sobre elas ou sobre o que acontecia na família , pensando que havia algo de errado com elas, então começaram a esconder tudo pois queriam se encaixar de alguma forma nos grupos, ser queridos, não serem vistos como diferentes e passaram a acreditar que assim seriam aceitos . Por esses sentimentos de não pertencer,não serem aceitos, de não poder mostrar a verdade nasceram os medos que paralisam.
Eles são os resultados de alguma vergonha muito profunda que só um profissional qualificado pode ajudar a resgatar do inconsciente aquilo que ficou escondido. Muitas vezes essa vergonha profunda está ligada também a algum parente da ancestralidade que foi excluído e a sua alma agora luta para que ele seja visto. Inúmeros casos, tem sido mostrados em Constelações Familiares, uma das técnicas utilizadas no processo terapêutico.
Medo de não ser visto, medo do fracasso, medo de ser punido, de não receber cuidados, de ser abandonado, de ser humilhado, de ser traído, geram inseguranças, evocam tristeza, raiva, ciúme, mágoa, rejeição.
Aquela vergonha original continua atacando as entranhas, e essas pessoas escondem cada vez mais suas fraquezas e vulnerabilidades com medo de serem feridas se elas se expuserem. Assim privam-se de se sentir bem consigo próprio pedindo ajuda, assumindo riscos e expressando seu Eu mais autêntico e seus desejos mais profundos. Deixam de crescer porque estão agarrados a algum lugar lá da infância onde não puderam se expressar.
Sem medo não haveria vergonha nem Ego falso. Os medos são usados como uma arma que os mantém ali pequenos e assustados.
Continuam a não olhar para as imperfeições por temer que elas sejam descobertas como pecaminosas e sejam ridicularizadas e assim dissociam-se de si mesmos, negando sua própria condição, escondendo e fingindo que não é aquilo que os outros acham inaceitável e se disfarçam por trás de uma cortina de fumaça privando-se do seu direito de expressar-se. As emoções começam apodrecer, a se tornarem tóxicas para a própria pessoa que vai se afundando cada vez mais. A pérola então permanece encerrada dentro da ostra e nunca mais mostrará o seu brilho, a sua luz.
Se você percebeu algum aspecto seu nesse texto procure ajuda terapêutica. Você será visto como um ser humano. Todos possuem histórias, falhas, imperfeições. Uns mais, outros menos, mas qualquer uma é considerada como parte da sua história e deve ser olhada com carinho e atenção.
Esse espaço que será só seu lhe dará a capacidade de olhar através da cortina de fumaça retirando o medo que impede de ver o seu Ser integral.
Quando os sentimentos são expressos sua pérola pode sair da ostra e brilhar com outras pérolas.
Ostra que não foi ferida não produz pérola!
